
Nem todas as áreas de mata que ainda existem possuem as condições necessárias para a sobrevivência da Dinoponera. Muitas já sofreram interferência humana. Aos nossos olhos, algumas podem até parecer excelentes áreas de floresta, mas não para a Dinoponera. Pode ocorrer, por exemplo, que tal área seja muito mais permeável ao sol do que nas condições originais, ou mesmo que não seja tão úmida como antes, o que a torna inapropriada à preservação da população da formiga gigante.
Além disto, esta espécie possui uma biologia que a torna muito peculiar. Não possui rainha como outras espécies, significando que a fecundação das fêmeas não se faz pelo vôo nupcial. A mãe de todas é uma operária escolhida numa disputa. Em razão destas peculiaridades, a dispersão da espécie não se faz de uma área isolada de mata para outra, atravessando ambientes estranhos. Isto faz com que uma pequena população se auto-reproduza, comprometendo a sobrevivência da população a longo prazo.
É muito comum a tristeza pela extinção de um macaco ou de uma ave colorida, mas é importante que as pessoas saibam que as espécies menos atractivas podem possuir funções fundamentais nos ecossistemas em que se encontram para que estes funcionem de forma saudável. Neste sentido, é tão importante a conservação da Arara Azul o quanto é da Dinoponera Lucida.